sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Ouro se destaca em 2010: saiba como investir


Em barras ou em títulos, o ouro tem se mostrado uma opção muito rentável para diversificação dos investimentos. Em novembro, o ouro foi o melhor investimento do mês acumulando valorização de 6,25%.

Para investir em ouro, existem dois caminhos: o ouro físico ou os títulos do metal. Cada um tem particularidades em termos de compra, operação, rentabilidade e custódia.

O ouro físico, em barras, pode ser comprado diretamente nas instituições financeiras de comercialização do metal no país, sem limite mínimo de quantidade. Para adquirir o produto, basta realizar um cadastro anexando os documentos exigidos (RG, CPF, comprovante de residência e, para compras acima de R$ 10 mil, comprovante de renda).

O metal pode ser retirado diretamente no balcão da loja ou enviado pelo correio, no caso de aquisições de valores abaixo de R$ 10 mil.

Cabe ao investidor decidir se armazenará o produto comprado em casa ou deixará sob custódia das instituições financeiras autorizadas, que cobram uma taxa mensal para manter o metal em segurança.

Segundo Fábio de Araújo, responsável pelo setor de vendas da Ouro Minas, a taxa fica em torno de 0,08% do valor custodiado por mês. "Nesse caso, o investidor compra o ouro e nós mandamos o produto diretamente para o banco custodiante. Então caminhamos ao investidor uma declaração do banco de que o produto está sob sua custódia junto com a nota fiscal de aquisição do metal", explica.

Atualmente estão autorizados a custodiar o ouro o Banco do Brasil, o Citibank, a Brinks Transporte de Valores, o Santander, o Banco Safra e a Casa da Moeda.

Contratos

Outra possibilidade é a aquisição de contratos do metal junto a corretoras de valores que operem o produto. Nesse caso, existem os contratos cheios, de 250 gramas do metal, e os fracionários, de 10 gramas e 0,225 gramas. Há também os contratos derivativos sobre o ouro disponível nas modalidades futuro, termo e opção de compra e venda.

Nesse caso, a negociação do investidor é feita diretamente com a corretora, que negocia os contratos na BM&F e se responsabiliza pela custódia do produto. Caberá ao investidor pagar a taxa de corretagem

Caso o investidor deseje resgatar o ouro físico e levá-lo para casa, a corretora deverá solicitar à bolsa o resgate do metal. Só poderão ser feitos resgates de 250 gramas ou valores múltiplos deste. Uma vez retirado, o ouro deixa de ter padrão de negociação em ambiente de bolsa e só poderá voltar a ser operado nesses padrões após uma nova análise da barra por uma instituição credenciada pela BM&F Bovespa.

Oportunidade

Para optar entre o ouro físico ou os contratos do metal, é necessário avaliar qual o objetivo final do investidor. Segundo José Raymundo de Faria Jr., diretor-técnico da Wagner Investimentos, a chance de ganhar dinheiro comprando e vendendo ouro físico é muito pequena. "A diferença entre o valor de compra e o valor que o investidor pode revender esse material é muito alta", afirma. "Dificilmente ele vai conseguir um negócio vantajoso."

Mais do que isso, Faria Jr. ressalta a questão da custódia. "Embora seja vendido em valores muito fracionados, só é possível fazer custódia de montantes a partir de 250 gramas de ouro. Caso você não faça uma aquisição deste tamanho, não terá de armazenar em casa, o que não é suficientemente seguro", explica.

Por outro lado, para efeito de presente, o ouro é uma boa opção. "Algumas instituições oferecem cartões comemorativos, que funcionam bem nesse sentido. Além disso, há a facilidade de compra do produto, que é bem menos burocrática e mais rápida", avalia.

Do ponto de vista tributário, os contratos de ouro, no entanto, podem ser mais vantajosos uma vez que as regras aplicadas são as mesmas das operações de renda variável. "Em operações de até R$ 20 mil não há cobrança de Imposto de Renda, o que torna o investimento mais barato", explica Faria Jr.

Além disso, o grande volume operado pelas corretoras, sem o valor agregado embutido no preço do ouro físico, reduz a diferença entre o valor de compra e venda do contrato, o que possibilita maiores ganhos com o investimento. "Além disso, vale lembrar que com o ouro em contrato a liquidez é muito maior. É muito mais fácil de comprar e vender, uma vez que não requer reavaliação do metal toda vez que você quiser fazer uma operação", completa Faria Jr.

Fonte: Bárbara Ladeia(bladeia@brasileconomico.com.br)

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