terça-feira, 16 de novembro de 2010

Lucro da Petrobras tem alta de 7,9% e sobe para R$ 8,566 bilhões no terceiro trimestre

A Petrobras registrou no terceiro trimestre lucro líquido de 8,566 bilhões de reais, crescimento de 7,9% em relação ao resultado obtido no mesmo período do ano passado, mas o ganho ficou abaixo do esperado pelo mercado.

Na comparação com o segundo trimestre de 2010, o lucro cresceu 3%, informou a companhia na quinta-feira. "O lucro foi motivado por maiores vendas (no mercado interno) e pelo evento cambial", afirmou a jornalistas o diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa (foto).

Na comparação com o segundo trimestre, o lucro de julho a setembro teve importante influência do ganho cambial sobre a dívida líquida.

"A apreciação de seis por cento do real no terceiro trimestre versus segundo trimestre possibilitou ganho cambial de 1,4 bilhão de reais", destacou Barbassa, admitindo que se não tivesse esse ganho o lucro seria menor.

Os ganhos cambiais foram compensados pelo menor preço de vendas no mercado externo no terceiro trimestre ante o segundo trimestre, decorrente da oscilação nas cotações das commodities.

Barbassa ressaltou, entretanto, que com uma demanda interna bastante aquecida, a estatal reduziu as exportações.

DESPESAS
Conforme a empresa, gastos adicionais relacionados ao acordo coletivo de trabalho 2010/2011 e ao incentivo a empregados para compras de ação na oferta pública primária da companhia, entre outros fatores, contribuíram para o aumento das despesas operacionais no trimestre.

O custo com o subsídio para os funcionários que compraram ações foi de 90 milhões de reais. Outros 357 milhões de reais foram gastos nas despesas com a recente capitalização, segundo o diretor.

A geração de caixa trimestral medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) foi de 14,736 bilhões de reais no período, contra 14,081 bilhões de reais no terceiro trimestre do ano passado.

Mas o Ebitda caiu 7% ante o segundo trimestre de 2010, quando somou 15,927 bilhões de reais, em função do aumento com despesas operacionais.

Entre janeiro e setembro, o lucro acumulado chegou a 24,588 bilhões de reais, ante 22,390 bilhões de reais nos nove primeiros meses de 2009.

ALAVANCAGEM

Segundo comunicado, a Petrobras manteve, com a capitalização, índices de alavancagem em "patamares sustentáveis".

A empresa concluiu durante o trimestre oferta pública de ações que resultou no aumento de capital em 120,249 bilhões de reais.

Com a capitalização, a empresa reduziu sua alavancagem de 34% no final do segundo trimestre para 16%.
O diretor afirmou ainda que a estatal poderá captar mais 3 bilhões de dólares até o final do ano, mas essa captação não envolverá o mercado de capitais, frisou.

Segundo o diretor, esses recursos serão obtidos em várias operações, junto a bancos de fomento, por exemplo, e ainda não está definida qual será a origem.

Neste ano, a Petrobras já captou 13 bilhões de dólares, contra 35 bilhões de dólares em 2009.

Com uma menor alavancagem, a empresa já começou a avaliar o plano de investimento 2011-2015, "que com certeza" incluirá a exploração das áreas concedidas pelo governo em operação que ficou conhecida como cessão onerosa.

Barbassa afirmou que até o final de 2014 a Petrobras deve gastar entre 7 e 8 bilhões de dólares para explorar as áreas cedidas pelo governo.

A primeira etapa da exploração vai envolver uma avaliação complementar das áreas cedidas, com uma perfuração em cada poço, com exceção de Franco, que terá duas, devido ao porte do ativo.

"No ano que vem, teremos atividades nessas áreas, com a chegada de novas sondas."

PRODUÇÃO NO TRIMESTRE

A produção média de petróleo da Petrobras no Brasil atingiu 1,991 milhão de barris diários, queda de 1% em relação à produção do segundo trimestre, devido a paradas programadas e não-programadas.
Para Barbassa, no quarto trimestre a expectativa é positiva em relação ao aumento de produção com a entrada em operação da P-57, em 30 de novembro, no campo de Jubarte, e pelo início também do Teste de Longa Duração de Guará, que começa ainda neste mês.

domingo, 14 de novembro de 2010

CNI afirma que indústria pode economizar até R$ 85 BI no consumo de energia.

Um estudo produzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que 13 setores industriais poderiam economizar até R$ 85 bilhões entre 2010 e 2030 com a conta de energia elétrica. Para isso, teriam que promover um pequeno corte de 6,4% no consumo de energia nos próximos 20 anos.

A CNI, no entanto, ressaltou que há potencial técnico para redução de até 25,7% no consumo. “Esse potencial máximo seria atingido se a indústria operasse em um ambiente com condições ideais. Ou seja, usando a tecnologia de ponta disponível na conservação de energia, com acesso a crédito facilitado, pessoal qualificado e oferta adequada das fontes energéticas”, afirmou a entidade.

Durante estes 20 anos também haveria uma economia acumulada de 9,2 milhões de Toneladas Equivalentes de Petróleo (TEP – unidade que permite somar várias fontes de energia, como elétrica, gás natural, combustíveis). A queda no consumo de energia, por sua vez, levaria o país a deixar de emitir 239 milhões de toneladas de gás carbônico.

Ao realizar o estudo, a CNI levou em consideração 217 projetos de eficiência energética de 13 setores da indústria. Atualmente, o setor responde por 37,2% da energia gasta no Brasil. De acordo com Rodrigo Garcia, analista de políticas industriais da CNI, as estimativas dos benefícios da redução do consumo se baseiam na premissa de que a economia brasileira crescerá a uma média de 4,5% ao ano até 2030 e de que os preços das fontes de energia serão corrigidos de acordo com as previsões do governo.

Fonte: Valor Econômico