quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Petrobras prevê retomada da produção em Tupi em setembro


A Petrobras prevê que o TLD (Teste de Longa Duração) do poço na área de Tupi, situado no bloco BM-S-11, no pré-sal da bacia de Santos, volte a operar no mês que vem. Juntamente com a subida de produção de outras plataformas que começaram a produzir no início do ano, a Petrobras conta com a operação no pré-sal para fechar 2009 com média de produção acima dos 2 milhões de barris/dia.
Segundo a área de exploração e produção da companhia, os ajustes no equipamento instalado em Tupi estão sendo feitos dentro do cronograma, o que permitirá o retorno da produção, em torno de 15 mil barris/dia, em setembro.
O teste em Tupi foi interrompido no início de julho, depois de um parafuso de fixação de uma das árvores de Natal molhadas (equipamento submarino de controle de fluxo de poços) do projeto apresentar defeito. Segundo a Petrobras, a parada não vai atrapalhar o programa de desenvolvimento da área.
Além do TLD de Tupi, a Petrobras tem ainda prevista a subida de produção de outras unidades que passaram a operar recentemente. É o caso da plataforma P-51, instalada na bacia de Campos desde janeiro, cuja produção atual é de 78 mil barris/dia. A P-51 tem capacidade para produzir até 180 mil barris/dia. No primeiro semestre, a média da unidade foi de 45 mil barris/dia.
Já a plataforma Cidade de Niterói, instalada no campo de Marlim Leste desde fevereiro, está próxima do pico de produção, de 100 mil barris diários. No início de agosto, o sistema produzia 94 mil barris/dia. No primeiro semestre, a média de produção da plataforma foi de 63 mil barris/dia.
A Petrobras conta ainda com as produções das plataformas instaladas nos campos de Frade, operada pela Chevron, e em Parque das Conchas, operada pela Shell. Nas duas áreas, a estatal tem participação minoritária.
Em relação aos testes na camada pré-sal, a companhia planeja concluir, nos próximos 45 dias, testes de formação --que dão informações mais detalhadas-- nas áreas de Iara, no bloco BM-S-11, e Guará, no bloco BM-S-9, ambos na bacia de Santos. A estatal não fez previsões, no entanto, acerca da possibilidade de detalhamento dos volumes ali contidos após esses testes.
Em conferência com analistas e investidores promovida pela Apimec-Rio (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), o diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Almir Barbassa, disse que já foi identificada reduções entre 10% e 30% no aluguel de sondas para exploração, de acordo com a especificação do equipamento.
No ano passado, lembrou o executivo, os custos com as sondas estavam bastante elevados, pelo aquecimento do mercado, que acabou arrefecendo um pouco em função da crise econômica.
"Hoje em dia, o custo para a aquisição de sondas está bem menor, e há disponibilidade no mercado, diferentemente do ano passado", comentou. Barbassa defendeu ainda a política de preços dos derivados praticada pela estatal, que não prevê alterações no curto prazo. Segundo ele, essa prática mantém estável a geração de caixa da empresa, o que, explicou, é fundamental para quem tem um plano de investimentos no longo prazo.
"Os resultados obtidos pela Petrobras, em relação à geração com a venda de derivados, são iguais a empresas que flutuam os preços no curto prazo. Não há perdas para a companhia, e o consumidor também ganha com a estabilidade dos preços", observou.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Estaleiro coreano Daewoo negocia participação em concorrente brasileiro


Seul, 27/7/2009 - A coreana Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co., terceiro maior estaleiro do mundo, disse estar em conversações para a compra de uma participação de até 20% em um concorrente brasileiro, a fim de disputar as encomendas da Petrobras.
"A cláusula de índice mínimo de nacionalização é muito importante para conquistar os projetos da Petrobras", disse o principal executivo da Daewoo, Nam Sang Tae, em entrevista concedida em Seul. O negócio pode ser concluído até o fim deste ano, disse Sang Tae, sem citar nominalmente o estaleiro brasileiro de que pretende participar.
A Daewoo Shipbuilding segue o exemplo da Keppel Corp. e da Samsung Heavy Industries Co. ao instalar bases de produção no Brasil para conquistar mais encomendas de projetos para águas profundas. A Petrobras, autora da maior descoberta de petróleo das Américas das últimas três décadas, pretende investir US$ 174,4 bilhões em exploração até 2013.
"A concorrência para assegurar mais pedidos de equipamentos para águas profundas vai se intensificar, num momento em que muitos dos estaleiros estão se concentrando em ganhar a corrida", disse Song Sang Hoon, analista da Kyobo Securities Co. de Seul. "As petrolíferas precisam garantir campos de petróleo, e isso implica maior necessidade de equipamento para águas profundas."
A Petrobras pretende encomendar de cinco a sete navios-sonda, ou semissubmersíveis, disse seu diretor financeiro, Almir Guilherme Barbassa, a 20 de abril. A empresa precisará de mais de 240 embarcações, como navios-sonda, petroleiros, plataformas de produção e barcos de abastecimento nos próximos cinco ou seis anos, disse Barbassa.
A petrolífera brasileira exige que 70% dos pedidos de equipamentos para águas profundas sejam construídos no Brasil, portanto o estaleiro tem de contar com uma presença no País, disse Nam.
"Estou confiante de que participaremos do projeto da Petrobras, uma vez que somos fortes na construção de plataformas de sondagem e navios-sonda", disse Nam. "É apenas uma questão de quantos conseguiremos garantir."plataformas. A Keppel, maior montadora de plataformas de sondagem de petróleo para águas rasas, está realizando estudos de viabilidade para comprar uma participação num segundo estaleiro no Brasil, o que proporcionará à empresa, de Cingapura, mais capacidade produtiva para construir estruturas de águas profundas para a Petrobras.
"Estamos bem posicionados no Brasil porque ficou provado que podemos atender bem às necessidades", disse Choo Chiau Beng, principal executivo da Keppel, em Cingapura. "O principal ponto para nós é estar perto dos nossos clientes, é saber que os países querem manter as obras dentro de suas fronteiras."
A Samsung Heavy, o segundo maior estaleiro mundial, comprou no ano passado uma participação de 10% no Estaleiro Atlântico Sul, para explorar os pedidos na América Latina, entre os quais os da Petrobras.(Da Agência Bloomberg)