quarta-feira, 20 de julho de 2022

Embraer: Eve, empresa de carros voadores, já soma encomendas de 2 mil unidades e quase 40 parceiros


 

A Eve, empresa de veículos elétricos de decolagem e pouso vertical (eVTOLs) controlada pela Embraer, está ampliando as parcerias para tirar do papel seu audacioso projeto de “carros voadores” a partir de 2026. Com um novo pedido anunciado nesta terça-feira, a startup já soma encomendas de mais de 2 mil unidades e quase 40 parceiros.

O comunicado foi feito pela companhia (BOV:EMBR3) nesta terça-feira (19).

A carta de intenção não vinculativa com a Embraer e a BAE Systems divulgada hoje prevê uma potencial encomenda de até 150 eVTOLs. O objetivo é “analisar a aplicação de aeronaves para o mercado de defesa e segurança”. O pedido potencial será adicionado à atual carteira da Eve de 1.910 eVTOLs.

Ainda nesta segunda-feira, a Eve anunciou a assinatura de uma carta de intenção com a Halo Aviation, empresa de serviços de viagens particulares em mobilidade aérea urbana, para o desenvolvimento e lançamento de um software de gerenciamento de tráfego aéreo urbano da Eve.

Segundo o co-CEO da Eve, Andre Stein, as colaborações são essenciais para promover um mercado próspero de mobilidade aérea urbana (UAM, na sigla em inglês). “O portfólio de soluções da Eve abrange a complexidade das redes UAM, que exigem serviços holísticos e integrados em todo o ecossistema, conectando as partes interessadas para manter e melhorar a segurança, otimizando o desempenho e reduzindo os custos operacionais”, disse o executivo em nota.

As parcerias da Eve para tirar do papel o projeto do carro voador já somam quase 40, segundo a companhia. Entre eles estão operadores de helicópteros, lessores (empresas de leasing de aeronaves), companhias de energias renováveis, operadores de asa fixa, desenvolvedores de “vertiportos” (local destinado à operação dos eVTOLs), entre outros.

Recentemente, a Eve foi listada na Bolsa de Nova York por meio de uma combinação de negócios com a Zanite, empresa norte-americana de propósito específico de aquisição (Spac, na sigla em inglês) focada no setor de aviação. A Embraer permanece como acionista majoritária da startup.

Em entrevista recente ao Broadcast, Stein disse que a Eve tem como grande diferencial o acesso à engenharia da Embraer, que vai ajudar no desenvolvimento do produto, bem como à experiência da fabricante em certificação de aeronaves. Adicionalmente, a startup poderá usufruir das estruturas da Embraer.

O analista de transportes do Citi, Stephen Trent, observa que o mercado de eVTOLs é interessante, mas as expectativas em relação ao negócio globalmente diminuíram ao longo do tempo. “Trata-se de uma grande aposta em algo que não vai gerar caixa por anos”, afirmou ao Broadcast.

Ele acrescenta que o mercado de eVTOLs ainda depende de regulação. “A Embraer tem um bom histórico de obtenção de certificações no Brasil e na Europa para aviões comerciais e jatos executivos, mas tecnologias novas (como a do eVTOL), fortemente automatizadas, dependem dos reguladores. Não estou dizendo que não vai acontecer, mas há alguns passos a serem dados antes de chegarmos lá”, avalia Trent.

Informações Broadcast

Preço de carro usado sobe até 28% com falta de opções no mercado

 

Após mais de 1 ano de poucas peças, alguns modelos viraram raridade.


Quem comprou carro zero quilômetro um ano atrás está hoje pedindo até 28% a mais do que o valor pago na aquisição para vender o veículo, agora considerado um seminovo. A distorção que permite lucro na venda de carros mesmo após um ano de uso, quando em condições normais o veículo teria sofrido depreciação de 15% a 20%, se deve à falta de modelos no mercado.

Após mais de um ano de produção limitada por falta de peças, período no qual as montadoras direcionaram os componentes disponíveis à fabricação de carros mais caros, alguns modelos se tornaram raridade. Como os preços dos carros novos, referência do mercado, também não pararam de subir em meio ao contexto de oferta restrita, donos de automóveis usados perceberam uma valorização incomum de seus veículos.

Preços em alta

Segundo levantamento feito com base nos anúncios publicados por revendas e donos de carros usados no site da Mobiauto, o preço dos 40 automóveis de passeio e comerciais leves mais vendidos no Brasil subiu, na média, 7,1% após um ano de uso. A pesquisa compara os preços cobrados no primeiro semestre deste ano com o valor médio dos mesmos modelos na condição de zero quilômetro nos seis primeiros meses de 2021.

A maior valorização foi observada no Mobi, da Fiat, cujo preço, na versão Easy com motor 1.0, saltou de R$ 41 mil para R$ 52,5 mil – ou seja, ficou 28% mais caro após um ano de uso. Chama a atenção também o preço do Onix, modelo que deixou de ser produzido pela General Motors (GM) por cinco meses em 2021.

Na versão LT, equipada com motor 1.0, a valorização foi de 14,5%: de R$ 65,6 mil para R$ 75,1 mil. “É espantoso comprar um carro zero quilômetro, usá-lo por um ano e ver seu patrimônio aumentar em quase 30%”, comenta Sant Clair Castro Jr., CEO da Mobiauto.

Vai continuar subindo?

Daqui para frente, porém, a tendência apontada por analistas é de estabilização. Depois do recorde em 2021, o mercado de usados mostrou no primeiro semestre recuo de 20% nas transações de compra e venda envolvendo automóveis de passeio e utilitários leves, como picapes e vans. Já nas vendas de novos, a queda desde o primeiro dia de 2022 está em 15%.

Com a acomodação no ritmo de vendas em junho, os estoques, de 145,5 mil veículos zero quilômetro, estão no maior volume dos últimos dois anos, apesar de todas as dificuldades de produção nas montadoras.

A situação já se reflete em menor impulso da inflação dos carros usados, onde a alta dos preços, que em 12 meses chegou a bater nos 17% em fevereiro, caiu em junho para abaixo de 15% (14,9%). Na passagem de março para abril, os preços dos usados chegaram a mostrar deflação de 0,5%.

Demanda

No caso dos carros zero, no entanto, a inflação tem se mostrado mais persistente, marcando 18% nos 12 meses até junho, conforme mostram as variações do produto dentro da cesta do IPCA, o índice oficial de preços medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Hoje, acredito muito mais na falta de clientes do que na falta de carros no mercado”, diz Cassio Pagliarini, consultor da Bright Consulting. “O mais determinante atualmente são as taxas de juros e os preços altos.”

Além da escalada dos juros nos financiamentos de veículos, já acima de 26% ao ano – a taxa mais alta dos últimos seis anos -, crescem na indústria de automóveis os relatos de condições mais duras nas concessões de crédito. Bancos que antes financiavam 70% do valor do carro estão topando hoje financiar apenas metade ou no máximo 65%.

“Os bancos começaram a fazer exigências maiores porque temem um aumento da inadimplência”, comenta Enilson Sales, presidente da Fenauto, entidade que representa as revendas de carros seminovos e usados. Sant Clair, da Mobiauto, completa: “Não se via carro sobrando como se vê hoje. A renda do consumidor não acompanhou os aumentos de preços”.

terça-feira, 19 de julho de 2022

Presidente da Microsoft vê ‘nova era’ de estagnação da força de trabalho

 A multinacional de tecnologia aumentou os salários dos funcionários mas desacelerou as contratações.




As empresas dos Estados Unidos estão enfrentando uma “nova era” na qual menos pessoas entram no mercado de trabalho e a pressão nas empresas para salários mais altos pode se tornar permanente, disse o presidente da Microsoft (MSFT34), Brad Smith, em entrevista à Reuters.

Smith destacou uma fonte do que chamou de a “maior turbulência econômica” atual. Em seu escritório, em Redmond, Washington, ele foi até um dispositivo de tela sensível ao toque do tamanho de uma parede e abriu uma série de gráficos, mostrando como o crescimento populacional caiu nos EUA, Europa, China e Japão.

A tendência, desde 1950, de cerca de 5 milhões de pessoas expandindo a população em idade ativa dos EUA a cada cinco anos mudou. A alteração começou no período entre 2016 e 2020, quando o crescimento desacelerou para 2 milhões, e agora está desacelerando ainda mais, disse Smith no final da semana passada, citando dados da ONU.

“Isso ajuda a explicar parte do motivo pelo qual você pode ter baixo crescimento e escassez de mão de obra ao mesmo tempo. Simplesmente não há tantas pessoas na força de trabalho”, disse Smith, que supervisiona a empresa de quase 2 trilhões de dólares.

Executivos como Mark Zuckerberg, presidente-executivo da Meta, controladora do Facebook (FBOK34), recentemente mostraram preocupações com a economia. Zuckerberg alertou que os EUA podem enfrentar “uma das piores crises que vimos na história recente”, embora Smith tenha dito que seria prematuro declarar uma recessão como inevitável.

Diante da competição por mão de obra, a Microsoft recentemente aumentou os salários de funcionários ao mesmo tempo em que desacelerou as contratações, disseram empregados da empresa. A companhia também reduziu uma pequena porcentagem de postos em movimento atrelado ao início de seu ano fiscal.

Negócios da Microsoft, como venda de ferramentas de produtividade, serviços em nuvem e tecnologia com inteligência artificial, os quais empresas podem precisar em uma crise, preparam a empresa para enfrentar os desafios econômicos, disse Smith.

O crescimento populacional tornou-se um tema quente na indústria de tecnologia, com o presidente-executivo da Tesla (TSLA34), Elon Musk, dizendo que as taxas de natalidade são muito baixas para sustentar os EUA.

Musk recentemente foi pai de gêmeos, tornando-o pai de nove filhos no total, informou o Insider este mês. Smith disse que concordou com Musk “talvez no problema. Não estou recomendando a mesma solução”.

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Petrobras: listagem nos EUA pode ser uma barreira para possíveis mudanças nas regras da companhia no Brasil




A listagem da Petrobras nos Estados Unidos pode ser uma barreira para possíveis mudanças nas regras da companhia no Brasil. Segundo analistas, ao negociar ações na Bolsa de Nova York, a companhia está sujeita às leis do mercado de capitais americano, que são mais rigorosas que a brasileira e não admitem o descumprimento do estatuto da empresa e possíveis intromissões na política de preços, como deseja o presidente Jair Bolsonaro.

“Se a Petrobras é uma empresa de capital aberto com negociação na B3 e na Nyse, segurar o preço na busca de efeitos políticos significa causar prejuízo. Isso levaria a abertura de processo no fórum de Nova York já que causaria perdas à empresa, problemas na distribuição de dividendos e prejuízos aos acionistas”, diz Ary Oswaldo Mattos Filho, professor da FGV Direito São Paulo.

Procurada, a Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) não se manifestou. Sabe-se que as regras financeiras da companhia são monitoradas pelo Departamento de Justiça americano e a SEC, órgão que regula o mercado financeiro nos EUA.

No Brasil, a companhia é obrigada a seguir as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e, pelo menos no papel, não pode deixar o governo ter qualquer influência sobre as suas políticas. Para proteger o direito dos acionistas, após a Lava Jato, a empresa chegou a fazer alterações em seu estatuto. Desde então, fraudes e casos de corrupção são combatidos por comitês de controle de diretores e um novo regime disciplinar, além de ter aberto um canal de denúncias e um novo sistema de licitações.

“A Petrobras é uma empresa de economia mista com parcela grande de investidores estrangeiros e nacionais. Isso faz com que a companhia tenha que obedecer à Lei das Sociedades Anônimas (6.404) no que diz respeito à responsabilidade dos administradores para com os acionistas”, explica o professor da FGV, que cita também a Lei das Estatais (13. 303).

As regras no Brasil

Mattos Filho explica que a Petrobras está subordinada a regras especiais por não ser uma empresa independente. A política de preços de combustíveis da empresa, por exemplo, está ancorada na Lei das Estatais, aprovada e sancionada em 2016 no governo Michel Temer. A política repassa para os consumidores os aumentos do dólar e da cotação internacional do barril de petróleo.

“No Brasil, a companhia está sujeita a normas que o Congresso decida aprovar ou normas, por meio de decretos, que o poder Executivo decida baixar. Tudo isso é matéria de lei”, comenta.

Como não pode mexer nas regras e alterar a política de preços dos combustíveis, o atual governo acabou por criar um novo problema com a troca constante do comando da companhia. Até agora, foram quatro nomeações. O mais recente presidente da petroleira, Caio Paes de Andrade, tomou posse do cargo na última terça-feira, 28 de junho. O mandato segue até o dia 13 de abril do ano que vem. O executivo, formado em Comunicação Social, não tem experiência no setor de óleo e gás.

“Existe uma série de instrumentos de compliance e organismos internos que ajudam a gestão da Petrobras. Existe uma regra de que quem estabelece os preços dos produtos é a diretoria. Esse é o quadro jurídico dentro do qual a Petrobras vem operando e que incomoda o presidente da República”, afirma Mattos Filho.

Os administradores, pelas regras, não podem ser membros do Legislativo. Ocorre que, com a subida do preço do petróleo e do dólar em relação ao real, o petróleo ficou mais caro. Consequentemente, os produtos refinados pela Petrobras ou comprados já prontos no exterior podem aumentar conforme o reajuste do barril do petróleo ou da oscilação cambial.

Mal-estar

O professor da FGV explica que em todo o mundo há uma espécie de mal-estar contra o aumento de preços exagerado nos combustíveis, uma insatisfação, inclusive, popular. Para evitar isso, alguns países como os EUA estão produzindo mais petróleo de xisto, além de estarem em constantes conversas com a Arábia Saudita para tentar elevar a produção após a Rússia, um dos grandes produtores, ser bloqueada por países europeus após a guerra na Ucrânia.

No Brasil, que tem uma situação financeira e fiscal complicada pelos gastos com a pandemia e a próxima eleição, os cofres não aguentam fazer o financiamento que alguns países da Europa e os EUA estão fazendo. Assim, surgiram ideias de que, para subsidiar os aumentos internacionais, o governo federal poderia pegar o lucro que recebe do petróleo na participação de exploração e os dividendos distribuídos, além dos ganhos na alienação de poços para outras empresas de perfuração e exploração de petróleo.

“A situação financeira do erário parece que não permite isso e o ministro da Economia disse que não podia segurar o preço, discurso também do presidente da República. Minha sensação é que o novo presidente da Petrobras vai segurar o preço por mais dois ou três meses e, depois do segundo turno das eleições, fazer o reajuste dos combustíveis”, afirma Mattos Filho.

Como a Petrobras faz aumentos períodos, um aumento mais no longo prazo não seria problema, de acordo com um outro analista que preferiu não se identificar.

‘Esquizofrenia’

O advogado Otavio Yazbeck diz que o fato de a Petrobras ser uma sociedade de economia mista, com controlador público e privado, gera uma natureza “esquizofrênica”. Segundo ele, qualquer companhia aberta é obrigada a gerar lucro para os seus acionistas. No entanto, também é obrigada a atender alguma finalidade pública.

“A finalidade pública da Petrobras está ligada à produção de petróleo, mas os governos no Brasil começaram a adotar o controle de preços. A Petrobras não é instrumento de combate à inflação, não pode funcionar dessa forma”, afirma.

Yazbeck comenta que sempre se suscita no Brasil a possibilidade de se atacar a administração ou o controlador da companhia por descumprimento dos deveres fiduciários ou por abuso do poder de controle que desvia a empresa de sua finalidade. Segundo ele, é uma discussão que não vai para a frente pela limitação do sistema judicial do País e pela dificuldade de se constituir uma prova.

Para o advogado, quando a Petrobras é vista sendo usada com uma finalidade diferente, há um desvirtuamento do objeto social e da própria finalidade de se gerar lucro para a empresa.

“Nos fatores de risco da empresa, sempre se prevê que o controlador, o Estado brasileiro, pode determinar o caminho da empresa. Mas é só uma sinalização, não uma licença para atuar dessa forma: ‘olha, eu avisei o risco e posso fazer qualquer coisa’. O fator de risco existe na regulamentação e meramente avisa que por ser uma sociedade controlada pelo governo está sujeita à vontade dele”, comenta.

Class Action

Segundo Yazbeck, a Petrobras é emissora de ADRs nos Estados Unidos e precisa se subordinar há muitos anos ao sistema local, mas comenta que a SEC, a CVM americana, não tem a mesma finalidade do regulador brasileiro de fazer controle de aplicação da Lei das Sociedades Anônimas nem de verificar uso de poder de controle.

“Ela olha regras de mercado, no caso específico, regras de prestações de informações para os acionistas. Como a Petrobras está sujeita a essas regras, a companhia já divulga as suas informações conforme o padrão adequado ao estabelecido pela SEC”, diz. Ele considera “difícil que tenha havido descumprimento da companhia”, pois a Petrobrás já atua há muitos anos nesse regime e tem advogados especializados para não se enrascar em problemas.

Para o advogado, é difícil supor que a Petrobras teria cometido uma falha do ponto de vista das informações prestadas ao mercado. No que diz respeito ao abuso do controle, também não vê probabilidade de o tema ser explorado nos EUA. O mais provável, diz Yazbeck, é um eventual ataque por meio de uma Class Action aos administradores por haver permitido que a companhia tenha realizado atividades danosas aos acionistas.

A Class Action é uma espécie de ação coletiva prevista na legislação norte-americana que permite que uma classe composta por pessoas que sofreram o mesmo prejuízo ou que foram prejudicadas pelo mesmo fato e, portanto, possuem um interesse em comum, pleiteiem em conjunto uma indenização.

“O grande problema nesse caso de ações contra controlador e contra administrador é provar que houve efetivo desvirtuamento. Geralmente, existe muito espaço para a defesa. No entanto, no sistema jurídico americano isso é sujeito a menos firulas do que no sistema brasileiro. Provavelmente, se surgisse uma atuação dessas nos EUA, a ação deveria acabar em algum acordo porque tudo o que começa lá tende a acabar em acordo”, afirma.

Em outubro passado, a Petrobras informou que concluiu as obrigações previstas em acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ), de 2018, decorrentes das irregularidades investigadas pela Operação Lava Jato. Segundo comunicado da companhia na época, o acordo reconheceu que, além das condutas que foram objeto do acordo, a Petrobras foi vítima dos esquemas de corrupção desvendados pela Justiça brasileira.

A Petrobras pagou US$ 853,2 milhões: 10% como multa criminal para o DoJ, 10% como multa civil para a SEC e 80% às autoridades brasileiras.

Informações Broadcast