A Eve, empresa de veículos elétricos de decolagem e pouso vertical
(eVTOLs) controlada pela Embraer, está ampliando as parcerias para tirar do
papel seu audacioso projeto de “carros voadores” a partir de 2026. Com um novo
pedido anunciado nesta terça-feira, a startup já soma encomendas de mais de 2
mil unidades e quase 40 parceiros.
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:EMBR3) nesta terça-feira (19).
A
carta de intenção não vinculativa com a Embraer e a BAE Systems divulgada hoje
prevê uma potencial encomenda de até 150 eVTOLs. O objetivo é “analisar a
aplicação de aeronaves para o mercado de defesa e segurança”. O pedido
potencial será adicionado à atual carteira da Eve de 1.910 eVTOLs.
Ainda
nesta segunda-feira, a Eve anunciou a assinatura de uma carta de intenção com a
Halo Aviation, empresa de serviços de viagens particulares em mobilidade aérea
urbana, para o desenvolvimento e lançamento de um software de gerenciamento de
tráfego aéreo urbano da Eve.
Segundo
o co-CEO da Eve, Andre Stein, as colaborações são essenciais para promover um
mercado próspero de mobilidade aérea urbana (UAM, na sigla em inglês). “O
portfólio de soluções da Eve abrange a complexidade das redes UAM, que exigem
serviços holísticos e integrados em todo o ecossistema, conectando as partes
interessadas para manter e melhorar a segurança, otimizando o desempenho e
reduzindo os custos operacionais”, disse o executivo em nota.
As
parcerias da Eve para tirar do papel o projeto do carro voador já somam quase
40, segundo a companhia. Entre eles estão operadores de helicópteros, lessores
(empresas de leasing de aeronaves), companhias de energias renováveis,
operadores de asa fixa, desenvolvedores de “vertiportos” (local destinado à
operação dos eVTOLs), entre outros.
Recentemente,
a Eve foi listada na Bolsa de Nova York por meio de uma combinação de negócios
com a Zanite, empresa norte-americana de propósito específico de aquisição
(Spac, na sigla em inglês) focada no setor de aviação. A Embraer permanece como
acionista majoritária da startup.
Em
entrevista recente ao Broadcast, Stein disse que a Eve tem como grande
diferencial o acesso à engenharia da Embraer, que vai ajudar no desenvolvimento
do produto, bem como à experiência da fabricante em certificação de aeronaves.
Adicionalmente, a startup poderá usufruir das estruturas da Embraer.
O
analista de transportes do Citi, Stephen Trent, observa que o mercado de eVTOLs
é interessante, mas as expectativas em relação ao negócio globalmente
diminuíram ao longo do tempo. “Trata-se de uma grande aposta em algo que não
vai gerar caixa por anos”, afirmou ao Broadcast.
Ele
acrescenta que o mercado de eVTOLs ainda depende de regulação. “A Embraer tem
um bom histórico de obtenção de certificações no Brasil e na Europa para aviões
comerciais e jatos executivos, mas tecnologias novas (como a do eVTOL),
fortemente automatizadas, dependem dos reguladores. Não estou dizendo que não
vai acontecer, mas há alguns passos a serem dados antes de chegarmos lá”,
avalia Trent.
Informações Broadcast
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