sábado, 16 de outubro de 2010

As exportações de produtos do Ceará alcançaram a soma de US$ 911,7 milhões

As exportações de produtos do Ceará alcançaram a soma de US$ 911,7 milhões, no acumulado de janeiro a setembro deste ano. A cifra representa crescimento de 19,32% em relação a igual período do ano passado. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

O volume de recursos negociados é o terceiro maior do Nordeste, atrás da Bahia (US$ 6,6 bilhões, alta de 32,65%) e do Maranhão (US$ 2,2 bilhões, incremento de 133,92%).

Somente no mês de setembro, os exportadores do Estado enviaram US$ 105,8 milhões em produtos ao mercado externo, o que representa aumento de 7,7% em comparação com agosto. O valor é também o terceiro maior do Nordeste, seguindo novamente a Bahia (US$ 897,5 milhões, expansão de 7,48%) e o Maranhão (US$ 234 milhões, queda de 10,13%).

A coordenadora do projeto de internacionalização do Sebrae-CE, Marta Campelo, chama atenção para a média mensal das exportações, que é de R$ 101 milhões. “Em setembro, ultrapassou esse patamar”, analisa. “Embora o dólar esteja caindo, o que não é favorável, as empresas cearenses estão honrando seus compromissos e mostram que vale a pena continuar nesta alternativa comercial”. Para ela, a queda do dólar é “circunstancial”.

Lagostas em alta

Campelo destaca o crescimento das exportações de lagosta, calçados, couros e peles, tecidos de algodão, cera vegetal, melões e bananas. “As exportações da lagosta cresceram 58% em função do defeso prolongado. Com lagostas maiores e mais competitivas, aumentou a possibilidade de vendas”, avalia. “Calçados e tecido apresentaram crescimento por conta de contratos fechados anteriormente para vendas de fim de ano. A cera vegetal é um setor cresce porque vem se modernizando. É o resgate de um produto tradicional na pauta. Melões e frutas em geral registraram alta devido a participação das empresas em feiras internacionais desde o início do ano”. Frente aos dados do acumulado do ano, Campelo acredita que em outubro as exportações devem atingir US$ 1 bilhão. “O setor deve fechar o ano em US$ 1,2 bilhão”, afirma. A meta repete desempenho de 2008. Em 2009, o setor foi afetado pela crise e alcançou US$ 1, 08 bilhão.

No Ceará, os principais destinos dos produtos são os Estados Unidos (US$ 289,7 milhões), Reino Unido (US$ 85,6 milhões), Argentina (US$ 84,2 mi), Itália (US$ 48,9 mi) e Holanda (US$ 37,3 mi), no acumulado do ano. Neste período, os maiores crescimentos foram as exportações para a Dinamarca (345%), Japão (177%), Hong Kong (163%) e Paraguai (82,76%).

Importações

As importações feitas pelo Ceará totalizam US$ 1,413 bilhão, de janeiro a setembro, uma alta de 51,96%. Em setembro, foram negociados US$ 200,7 milhões, um recuo de 26,46% em relação a agosto. As compras internacionais do Estado são feitas, principalmente, da China (US$ 324.192.666), Estados Unidos (US$ 161.002.378), Itália (US$ 103.450.401), Alemanha (US$ 93.025.014), Argentina (US$ 88.985.812), nos noves meses. Os maiores crescimentos registrados, no período, são da Rússia (649%), Turquia (576%), Itália (497%) e Vietnã (196%).

Balança comercial

A balança comercial do Estado permanece negativa e resulta em US$ 502,1 milhões, no ano, e US$ 94,9 mi em setembro.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Fundo Soberano tem 80% na Petrobras

Criado originalmente com o objetivo de atenuar os efeitos de ciclos econômicos e fomentar projetos de interesse do País no exterior, o Fundo Soberano Brasileiro (FSB) passou a concentrar 80% de todo o patrimônio, de R$ 18 bilhões, em ações da Petrobras. Contando com os recursos aplicados na oferta do Banco do Brasil, realizada em julho deste ano, o fundo hoje conta com mais de 90% da carteira em ações de estatais federais. Na análise de especialistas, a estratégia do governo contraria o preceito básico dos investimentos de "nunca colocar todos os ovos em uma cesta só". Entre segunda e quinta-feira, os papéis ordinários (ON) da estatal, que respondem por 56,5% do total de recursos do fundo, acumulam queda de 7,5%.

Com a oscilação das ações, o fundo perdeu aproximadamente R$ 730 milhões desde o início do mês. Do ponto de vista de gestão dos recursos, a concentração eleva o risco da carteira. A diversificação se presta justamente a evitar que a oscilação de um único ativo comprometa todo o patrimônio. Criado em 2008, o Fundo Soberano foi capitalizado com títulos públicos originários de uma reserva fiscal. Após a compra dos papéis da Petrobras, porém, praticamente se esgotaram os recursos para investimentos, até mesmo para a atuação no mercado de câmbio, uma das intenções do governo. Os dados da carteira, referentes ao fim de setembro, mostram que o fundo acabou não sendo usado para conter o excesso de dólares que entraram por causa da oferta da Petrobras.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Dica de revista: Funcex, n° 194, Índices de Rentabilidade das Exportações Brasileiras.

Resumo da revista

Este artigo tem como objetivo apresentar a metodologia atualizada de cálculo dos índices de rentabilidade exportadora (setorial e total). Esta atualização tornou-se necessária em vista de duas modificações importantes nas estatísticas básicas utilizadas no cálculo. Primeiro, a mudança da estrutura setorial, com a utilização da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), que é a nova estrutura adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em suas diversas estatísticas setoriais. Segundo, a divulgação, pelo IBGE, de novas matrizes insumo-produto para o ano de 2005, que já adotam a classificação CNAE, o que implica mudanças no cálculo dos índices de custo setoriais. Até recentemente, este cálculo baseava-se na matriz de 1995, que ainda considerava a antiga classificação setorial.

É importante destacar que o cálculo da matriz insumo-produto baseia-se no coeficiente técnico de produção, ou seja, nas relações entre quantidades consumidas e produzidas em cada setor. De outro lado, cabe salientar que a estrutura de custo da nova matriz foi elaborada adotando-se os valores a preços básicos no lugar dos preços ao consumidor. A opção por esta forma de mensuração produz maior homogeneidade entre os valores, uma vez que os preços básicos não incluem impostos, subsídios e margens de distribuição incidentes sobre os produtos, ou seja, excluem componentes sujeitas a variações não relacionadas com o processo de produção.

O uso de preços básicos em vez de preços ao consumidor, também se mostra mais apropriado para a nova metodologia de cálculo porque os impostos indiretos e as contribuições incidentes sobre a cadeia produtiva são devolvidos, pelo menos em parte, aos exportadores. Como alguns acordos internacionais e a própria legislação tributária brasileira obrigam que isso ocorra, fica em desuso o preço ao consumidor, pois ele incorpora tais impostos nas transações comerciais.

Como é sabido, não há incidência direta de tributo sobre a exportação brasileira – a cobrança do imposto de exportação (IE) é raramente utilizada pelo governo federal e não constitui fonte relevante de arrecadação. No entanto, os produtos brasileiros destinados ao exterior estão submetidos ao pagamento de inúmeros impostos indiretos e contribuições que encarecem o produto final. O sistema de devolução dos valores correspondentes aos tributos pagos pelo exportador é complexo, moroso e, em alguns casos, praticamente ineficaz, ocasionando a retenção dos créditos devidos pelo poder público e a conseqüente redução do valor em caixa das empresas.

Outra diferença importante refere-se à desagregação dos insumos importados em uma lista de produtos.Antes eles eram apresentados como um único item agregado. A desagregação permite que se aplique a cada produto ou insumo importado um índice de preço de importação específico, relacionado ao seu setor de atividade, possibilitando um cálculo mais refinado que aquele baseado num único índice de preço de importação.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sinopec compra 40% da Repsol Brasil por US$ 7,1 bilhões


O grupo chinês Sinopec vai comprar 40% das operações brasileiras da espanhola Repsol por US$ 7,1 bilhões, fortalecendo a presença chinesa na América Latina.

O acordo, que prevê um aumento de capital da Repsol no Brasil, vai financiar o desenvolvimento das reservas da companhia no país, que se tornou um dos mais importantes mercados petrolíferos do mundo desde a descobertas de enormes depósitos de hidrocarbonetos na camada pré-sal.

Entre os 16 ativos da empresa espanhola no Brasil está a participação de 25% no BM-S-9, operado pela Petrobras, onde já foram descobertos os prospectos de Guará e Carioca. Guará tem de 1,1 a 2 bilhões de barris de petróleo recuperável, e Carioca é considerado um campo promissor, mas ainda não possui estimativas de produção.

A Sinopec vai subscrever completamente um aumento de capital de US$ 7,1 bilhões da Repsol no Brasil para criar uma das maiores companhias privadas de energia da América Latina. Com isso, a empresa cancelou seus planos de fazer uma oferta primária de ações no Brasil.

"Estamos muito satisfeitos em participar do desenvolvimento dos projetos brasileiros com um parceiro de reconhecido prestígio como a Sinopec", disse o presidente da Repsol, Antonio Brufau, em comunicado nesta sexta-feira.

As ações da Repsol disparavam 5,42% por volta as 11h (horário de Brasília). O grupo espanhol de construção Sacyr-Vallehermoso, que detém cerca de 20% da Repsol, saltava 13%. O mercado acionário chinês está fechado por conta de feriado nacional.

"A avaliação dos ativos da Repsol no Brasil implica que o acordo está claramente acima do nosso atual cálculo de valor (US$ 5,75 bilhões) e do consenso do mercado, que varia entre 6 bilhões e 8 bilhões de dólares", disse Filipe Rosa, analista da corretora Espírito Santo.

A Sinopec informou que a companhia está projetando uma produção de 200 mil barris por dia de óleo equivalente da maioria dos blocos marítimos da parceria.
"É um ativo de ampla escala de qualidade prêmio e potencialmente com mais descobertas a serem feitas no futuro", disse uma autoridade da Sinopec.

Fontes haviam informado à Reuters no mês passado que a Sinopec também estaria fazendo oferta por participações em ativos de petróleo e gás detidos pela OGX, em uma operação potencial de US$ 7 bilhões.

Uma fonte próxima ao assunto informou à Reuters que a operação da Repsol não interfere nas negociações da OGX com possíveis compradores de parte de seus ativos na bacia de Campos. "Uma coisa não tem nada a ver com outra, não muito longe deve ter alguma notícia", disse a fonte.

Nos últimos anos, a China, que está em ritmo acelerado de expansão, tem investido fortemente em ativos de mineração e petróleo na América Latina e África.
Na América Latina, petroleiras no Brasil, enriquecedoras de minério no Peru e processadoras de soja na Argentina têm sido os principais focos para o investimento estrangeiro da China.