quinta-feira, 26 de maio de 2022



Segundo gestora Janus Henderson, a maior pagadora em 2022 será a BHP


A mineradora Vale (VALE3) integrou a lista da dez maiores pagadores de dividendos do mundo no primeiro trimestre de 2022, segundo o relatório do Índice Global de Dividendos da gestora Janus Henderson. O relatório analisa trimestralmente as 1.200 maiores empresas do mundo por capitalização de mercado, que representam 90% dos dividendos globais pagos.

Os dividendos distribuídos no trimestre passado somaram US$ 3,6 bilhões. Embora tenha apresentado uma redução em comparação ao mesmo período de 2021, quando pagou US$ 4 bilhões, a Vale ainda conseguiu se manter na nona posição do ranking, sendo a única companhia brasileira da lista.

Quem liderou o ranking foi a mineradora australiana BHP (BHPG34), seguida da farmacêutica Novartis e da empresa de logística A.P. Moller–Maersk.

Integram também a lista das maiores pagadoras de dividendos do mundo a farmacêutica Roche, as empresas de tecnologia Microsoft e Siemens, a petrolífera Exxon Mobil, a companhia de telecomunicações AT&T Inc. e a Apple.

Estas dez empresas pagaram juntas US$ 56,3 bilhões em dividendos no primeiro trimestre de 2022, valor superior ao distribuído pelo grupo de empresas que liderou o ranking no primeiro trimestre de 2021, quando foram pagos US$ 51,4 bilhões.

O cálculo dos dividendos no índice é bruto, utilizando a contagem de ações prevalecente na data de pagamento e convertidos em dólares, utilizando a taxa de câmbio vigente.

Segundo o relatório da Janus Henderson, a mineradora BHP está a caminho de ser a maior pagadora de dividendos do mundo em 2022, pelo segundo ano consecutivo. Os proventos das empresas de mineração subiram 29,7% em todo o mundo, na base nominal, enquanto os dividendos das petrolíferas saltaram 31,8% na base subjacente (com ajustes devido ao efeito cambial e dividendos não recorrentes).

De acordo com a gestora, estes grupos foram impulsionados pela recuperação de empresas que haviam cortado os pagamentos em 2020. Para este ano, a perspectiva é de que as mineradoras contribuam significativamente com os dividendos, superando a marca de U$$ 100 bilhões pela primeira vez.

“Tanto o preço do petróleo quanto o do metal foram impulsionados ainda mais após a invasão russa da Ucrânia, ajudando a sustentar o crescimento dos dividendos nestes setores atualmente”, destaca o documento.

A Janus Henderson destaca que os proventos da BHP, de US$ 10,8 bilhões, representaram quase três quintos do total de dividendos no primeiro trimestre das empresas australianas. “O valor foi 70% a mais do que o total combinado de seus dividendos especiais e regulares no primeiro trimestre de 2021”, aponta a gestora.

Fonte: Janus Henderson Global Dividend Index
No Brasil

No Brasil os dividendos distribuídos no primeiro trimestre de 2022 somaram US$ 5,2 bilhões, com um crescimento de 7,4% em base subjacente.

Os destaques positivos foram a retomada de pagamentos de dividendos da Ambev, que somaram US$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre. O valor compensou o corte nos proventos da Vale e do Bradesco.

O desempenho das empresas brasileiras no índice contribuiu para um salto de 45% nas distribuições dos países emergentes no primeiro trimestre de 2022, que somaram US$ 23,7 bilhões. No total, os dividendos globais saltaram 11% no período, para um recorde de U$$ 302,5 bilhões.

Perspectivas

A gestora elevou a sua projeção para os dividendos anuais neste ano. A expectativa é de que cheguem a US$ 1,54 trilhão – um crescimento de 4,6% se comparado a 2021. Contudo, esclarece que este crescimento seria fruto dos números robustos no primeiro trimestre deste ano, já que devido ao cenário de incertezas e riscos globais a perspectiva para os próximos trimestres se manteve estável.

A Janus Henderson destaca os desafios enfrentados pela economia global, como a guerra na Ucrânia, as tensões geopolíticas, o custo elevado de energia e das commodities, além da inflação e dos juros crescentes. Na visão da gestora, este cenário acaba pressionando os lucros das companhias em diversos setores.

Contudo, os dividendos acabam sendo menos voláteis que os lucros, destaca Jane Shoemake, Gerente de Carteira de Clientes da Equipe Global de Renda de Ações da Janus Henderson. “Os lucros geralmente se movem dramaticamente ao longo do ciclo econômico, mas os dividendos tendem a ser mais estáveis”, destaca.

Segundo Jane Shoemake, o fato de os dividendos terem ultrapassado as máximas pré-pandemia comprova como no longo prazo os proventos são uma fonte confiável de crescimento de renda e um abrigo contra a inflação.

domingo, 22 de maio de 2022

NFT: qual é a história desta tecnologia e qual seu futuro?

 


Padrão ERC-721 da rede ethereum trouxe a característica de der um token não fungível, daí surgiu o famoso NFT; entenda.

Você sabia que NFT não é sinônimo de arte ou de colecionáveis digitais? Apesar de alguns projetos nesse sentido serem bastante interessantes, esses são apenas alguns dos usos que foram empregados para essa nova tecnologia.

Neste ponto, vale a pena analisar a história desta tecnologia, desde o surgimento do blockchain ethereum (ETH) até esse fenômeno mais recente dos NFTs que estamos acompanhando.

Em 2014, a rede ethereum surgiu com a proposta de ser um grande computador descentralizado. Isso quer dizer que ele se propôs a ser uma infraestrutura tecnológica para a construção de aplicativos que seriam também descentralizados.

O que quer dizer descentralizado neste contexto?

Descentralizado quer dizer que, ao invés de desenvolver uma aplicação com uma arquitetura utilizando o mais conhecido sistema cliente-servidor de programas centralizados, que são controlados por suas entidades emissoras que guardam e fornecem todos os dados da maneira que querem, agora seria possível que aplicações rodassem em milhares de computadores pelo mundo todo, sem a inferência de uma organização. 

Portanto, programas no contexto descentralizado não podem ser retirados do ar de forma arbitrária por nenhum terceiro.

Com isso, uma infinidade de propostas começaram a pipocar utilizando esse novo protocolo e, entre mortos e feridos, ou o que podemos dizer que prosperou neste ecossistema foi a “tokenização” de ativos que nada mais é do que utilizar a infraestrutura do ethereum para criação de tokens para projetos específicos. 

Vamos entrar um pouco mais a fundo e explorar alguns aspectos técnicos do ethereum, mais especificamente sobre os tokens.

O que é um token em um blockchain?

Os tokens podem representar praticamente qualquer coisa neste ambiente digital, como:

  • reputação em uma plataforma;
  • ativos financeiros, como ações de uma empresa;
  • certificados, como de créditos de carbono;
  • dinheiro, como dólar ou real;
  • um criptoativo nativamente digital;
  • entre outros.

De 2015 a 2017, o padrão de token que predominava na rede ethereum para este tipo de aplicação era o chamado ERC-20 que tinha como característica ser um token fungível.

Fungível é como o nosso dinheiro físico ou os criptoativos que conhecemos. Isto quer dizer que eles podem ser divididos ou trocados, por exemplo: uma cédula de R$ 1 tem o mesmo valor que uma moeda de R$ 1, portanto, elas podem ser trocadas, ou, ainda, R$ 1 pode ser dividido por duas moedas de 50 centavos.

Mas, em 2017, surgiu um novo padrão de token na rede ethereum, o chamado padrão ERC-721. Diferente do ERC-20, o ERC-721 trouxe a característica de der um token não fungível, daí veio o famoso NFT (Non Fungible Token).

Ao contrário dos tokens fungíveis, os NFTs, por sua própria característica, são usados para identificar ou representar algo absolutamente único neste ambiente digital, algo que não pode ser dividido em frações e também não permite a criação de outro token com as mesmas características.

Atualmente, não é somente a ethereum que permite esse tipo de solução. Outras blockchains como a rede Polygon e a Solana também oferecem esse tipo de solução.

E o futuro?

Agora que conseguimos separar e entender um pouco melhor a tecnologia e suas aplicações, podemos voltar para a pergunta inicial deste artigo. 

Mas e daqui para frente? O que podemos projetar utilizando uma tecnologia que permite propriedade digital única e auditável neste ambiente digital?

Resta aguardar.

*Thiago Padovan é co-fundador da Blockchain Academy e co-fundador e consultor em inovação e tecnologias distribuídas no projeto Movements Network. Ele vem atuando nos últimos anos em projetos de educação, inovação e Blockchain para empresas e agências de publicidade.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do blog Trade Projections.



sexta-feira, 20 de maio de 2022

Ibovespa fecha em alta de 1,39%, na frente dos índices americanos; Dólar volta a cair


Queda dos juros na China impulsiona preço das commodities e exportadoras puxam performance do índice


O Ibovespa fechou em alta de 1,39% nesta sexta-feira (20), aos 108.487 pontos. O principal índice da bolsa brasileira, com isso, conseguiu fechar a semana no verde, avançando 1,45% – ao contrário das bolsas americanas, que encerraram a sétima semana consecutiva em baixa, algo não visto desde a crise de 2008.

Nos Estados Unidos, o Dow Jones e o S&P 500 fecharam próximos da estabilidade, subindo, respectivamente, 0,03% e 0,01%. A Nasdaq, por sua vez, caiu 0,30%, aos 11.354 pontos. Por lá, investidores continuam a monitorar a questão da inflação, da alta do juros e do possível baixo crescimento econômico no ano.

No Brasil, quem puxou a alta do índice foram as exportadores de commodities. Essas companhias foram impulsionados pela notícia de que a China reduziu os juros de empréstimos de longo prazo para estimular a sua economia – a notícia animou as Bolsas na Ásia, na Europa e também chegou a animar Wall Street durante parte do dia. Contudo, os índices americanos apagaram suas altas.

Com o preço do minério de ferro avançando mais de 3% na Bolsa chinesa de Dalian, os papéis de mineradoras e siderúrgicas foram destaques entre as altas por peso do Ibovespa. As ações ordinárias da Vale (VALE3) avançaram 1,77%, as da CSN (CSNA3), 4,97%, e as preferenciais da Gerdau (GGBR4), 3,41%.

Na ponta oposta, as ações da Méliuz (CASH3) foram as principais quedas percentuais, caindo 5,34%. Petz (PETZ3) e Light (LIGT3) vêm na sequência, com menos 5,17% e 2,38%.

No mercado de câmbio, o dólar comercial voltou a cair, fechando em queda de 0,87%, a R$ 4,873 na compra e a R$ 4,874 na venda. A moeda brasileira se valorizou frente à americana mesmo com o DXY avançando 0,33%.

Os juros futuros no aftermarket recuam, por volta das 17h30: DIF23, -0,01 pp, a 13,28%; DIF25, -0,12 pp, a 12,12 %; DIF27, -0,11 pp, a 11,87%; e DIF29, -0,08 pp, a 11,95%.

Fonte: www.infomoney.com.br