sábado, 24 de dezembro de 2011

Etanol brasileiro vai ter livre acesso aos EUA em 2012, diz Unica

Lei dos EUA, que inclui subsídios e tarifa para importado, expira no dia 31.

Entidade diz que não haverá 'qualquer medida que impeça a abertura'.

O mercado dos Estados Unidos vai se abrir para o etanol brasileiro de cana-de-açúcar em 2012, depois de mais de 30 anos de protecionismo, informou nesta sexta-feira (23) a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).


A legislação americana vigente, que inclui subsídio de US$ 0,45 por galão de etanol produzido nos Estados Unidos, assim como a tarifa alfandegária de US$ 0,54 cobrada pelo galão de etanol importado, expira no dia 31 de dezembro. A avaliação da Unica, é que os subsídios não serão prorrogados.

"Com o fim das atividades no Congresso americano para 2011 nesta sexta-feira, não haverá mais oportunidade para qualquer medida que impeça a abertura para o etanol brasileiro, a partir do primeiro dia de 2012, do maior mercado consumidor de combustíveis do mundo", destacou, em comunicado, a entidade, representativa dos principais produtores da região Centro-Sul.

O Brasil, que é o segundo produtor mundial de etanol, depois dos Estados Unidos, reivindica há anos o fim das barreiras ao produto brasileiro.
Desde 2007, a Unica tinha um escritório em Washington para trabalhar pela eliminação das barreiras ao etanol brasileiro. Segundo a entidade, a tarifa impede que o etanol brasileiro chegasse ao mercado americano com preços competitivos.

“Este é o momento em que Brasil e Estados Unidos, que juntos respondem por mais de 80% do etanol produzido no mundo, devem mostrar liderança e trabalhar juntos para criar um verdadeiro mercado global para o etanol, livre de barreiras tarifárias, a exemplo do que já acontece com o petróleo. Os dois países devem dar o exemplo e incentivar o resto do mundo para que produza e utilize mais etanol,” afirmou o presidente da Unica, Marcos Jank.

A entidade vê no fim de barreiras tarifárias nos EUA o caminho aberto para que as diferentes matérias primas utilizadas para produzir etanol, como o milho, a beterraba e a cana, sejam avaliadas exclusivamente com base em suas características para produzir biocombustíveis eficientemente. "O que não pode prevalecer é a proteção política à matéria prima deste ou daquele país,” afirma Jank.

Ele destacou que o setor sucroenergético brasileiro vive um momento de transição, se esforçando para voltar a crescer e atender à demanda por seus produtos, que aumenta fortemente dentro e fora do Brasil. “Hoje a prioridade é atender o mercado doméstico, mas com o fim da tarifa americana, é possível visualizar a consolidação do etanol como commodity internacional, como já acontece com o açúcar" afirmou.