sábado, 8 de fevereiro de 2014

Termelétricas a óleo diesel e combustível assinaram aditivo de contrato com a Petrobras Distribuidora que garante o abastecimento por 12 meses, num sinal de que essas usinas mais caras poderão ficar acionadas ao longo de todo o ano.
O aditivo foi assinado na semana passada, segundo o presidente da Associação Brasileira de Geração Flexível (Abragef), Marco Antonio Veloso, que acrescentou que esses aditivos costumavam ser fechados com prazos menores no passado.
"Os aditivos eram fechados com um prazo de até três meses. Mas agora o aditivo celebrado na semana passada tem validade de 12 meses. Isso aí é um indicativo de geração de energia por essas termelétricas nos próximos 12 meses", disse Veloso à Reuters.
A Petrobras Distribuidora confirmou, por meio da assessoria de imprensa, a renovação dos contratos de fornecimento às térmicas a óleo diesel e combustível até 31 de janeiro de 2015. Porém, segundo a empresa, o aumento do prazo visa apenas dar uma garantia mais tranquila de suprimento às usinas.
Segundo o presidente da Abragef, a garantia de fornecimento por um prazo maior era uma solicitação dos geradores térmicos flexíveis, como forma de, por exemplo, dar garantias para conseguir fechar financiamentos de longo prazo.
As termelétricas têm gerado energia fortemente na base do sistema elétrico brasileiro desde outubro de 2012, diante do nível baixo dos reservatórios das hidrelétricas.
As térmicas a gás natural praticamente não pararam de gerar energia desde 2012, enquanto que as mais caras --a óleo diesel e combustível-- tiveram alguma redução de despacho em alguns momentos.
A geração a óleo diesel e combustível representa cerca de 2.500 MW médios do total de 15 mil MW médios de térmicas atualmente indicados para o despacho, de acordo com o presidente da Abragef.
A assinatura dos contratos para suprimento de combustível ocorreu na mesma semana em que foi anunciado que o preço de energia de curto prazo bateu recorde, a 822,83 reais por megawatt-hora (MWh), e quando aumentaram as preocupações em relação à situação dos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste.
Os reservatórios do Sudeste, principal região para abastecimento do país, estão em um dos piores níveis para a década após a falta de chuvas em janeiro, mês tradicionalmente úmido em que as reservas de água deveriam aumentar.
Na sexta-feira passada, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou que as perspectivas de chuva continuam escassas para o Sudeste e o sistema indicou maior acionamento termelétrico, incluindo de usinas a óleo diesel e combustível.

No fim de dezembro, a Petrobras reajustou em 15 por cento o preço do óleo combustível produzido em suas refinarias e comercializado no mercado brasileiro.