segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sinopec compra 40% da Repsol Brasil por US$ 7,1 bilhões


O grupo chinês Sinopec vai comprar 40% das operações brasileiras da espanhola Repsol por US$ 7,1 bilhões, fortalecendo a presença chinesa na América Latina.

O acordo, que prevê um aumento de capital da Repsol no Brasil, vai financiar o desenvolvimento das reservas da companhia no país, que se tornou um dos mais importantes mercados petrolíferos do mundo desde a descobertas de enormes depósitos de hidrocarbonetos na camada pré-sal.

Entre os 16 ativos da empresa espanhola no Brasil está a participação de 25% no BM-S-9, operado pela Petrobras, onde já foram descobertos os prospectos de Guará e Carioca. Guará tem de 1,1 a 2 bilhões de barris de petróleo recuperável, e Carioca é considerado um campo promissor, mas ainda não possui estimativas de produção.

A Sinopec vai subscrever completamente um aumento de capital de US$ 7,1 bilhões da Repsol no Brasil para criar uma das maiores companhias privadas de energia da América Latina. Com isso, a empresa cancelou seus planos de fazer uma oferta primária de ações no Brasil.

"Estamos muito satisfeitos em participar do desenvolvimento dos projetos brasileiros com um parceiro de reconhecido prestígio como a Sinopec", disse o presidente da Repsol, Antonio Brufau, em comunicado nesta sexta-feira.

As ações da Repsol disparavam 5,42% por volta as 11h (horário de Brasília). O grupo espanhol de construção Sacyr-Vallehermoso, que detém cerca de 20% da Repsol, saltava 13%. O mercado acionário chinês está fechado por conta de feriado nacional.

"A avaliação dos ativos da Repsol no Brasil implica que o acordo está claramente acima do nosso atual cálculo de valor (US$ 5,75 bilhões) e do consenso do mercado, que varia entre 6 bilhões e 8 bilhões de dólares", disse Filipe Rosa, analista da corretora Espírito Santo.

A Sinopec informou que a companhia está projetando uma produção de 200 mil barris por dia de óleo equivalente da maioria dos blocos marítimos da parceria.
"É um ativo de ampla escala de qualidade prêmio e potencialmente com mais descobertas a serem feitas no futuro", disse uma autoridade da Sinopec.

Fontes haviam informado à Reuters no mês passado que a Sinopec também estaria fazendo oferta por participações em ativos de petróleo e gás detidos pela OGX, em uma operação potencial de US$ 7 bilhões.

Uma fonte próxima ao assunto informou à Reuters que a operação da Repsol não interfere nas negociações da OGX com possíveis compradores de parte de seus ativos na bacia de Campos. "Uma coisa não tem nada a ver com outra, não muito longe deve ter alguma notícia", disse a fonte.

Nos últimos anos, a China, que está em ritmo acelerado de expansão, tem investido fortemente em ativos de mineração e petróleo na América Latina e África.
Na América Latina, petroleiras no Brasil, enriquecedoras de minério no Peru e processadoras de soja na Argentina têm sido os principais focos para o investimento estrangeiro da China.

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