sexta-feira, 8 de abril de 2011

Venda de produtos brasileiros para China aumenta 28 vezes em dez anos


De cada US$ 1 que asiáticos compram, US$ 0,87 vão para matérias-primas, diz Ipea.

As vendas de produtos brasileiros para a China – as exportações - cresceram 28 vezes no período entre 2000 e 2010, aponta um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado nesta sexta-feira (8).

Em 2000, os chineses compraram R$ 1,74 bilhão (US$ 1,1 bilhão) em mercadorias, o que correspondeu, naquele ano, a 2% de tudo o que o Brasil vendeu para outros países. No ano passado, essas vendas se multiplicaram e chegaram a R$ 48,7 bilhões (US$ 30,8 bilhões) – ou 15% de tudo o que o Brasil comercializou com outras nações.

Com essa postura compradora, a China se tornou o principal cliente brasileiro em 2009, quando ocupou o posto que pertencia aos Estados Unidos.

Dez anos atrás, entretanto, o país asiático nem figurava entre os dez principais destinos das exportações brasileiras, que eram, em ordem decrescente, Estados Unidos, Argentina, Holanda, Alemanha, Japão, Itália, França, Bélgica, México e Reino Unido.

Por outro lado, o Brasil também está comprando mais produtos da China (importações). As importações brasileiras da China cresceram 21,3 vezes no mesmo espaço de tempo.

Em 2000, os brasileiros adquiriram R$ 1,9 bilhão (US$ 1,2 bilhão) em mercadorias do país asiático – 2% do total. Em 2010, essas compras chegaram a R$ 40,5 bilhões (US$ 25,6 bilhões) – 14% do total.

Recursos naturais

A China, no entanto, praticamente só compra produtos básicos do Brasil, segundo o estudo. Os produtos “mais visados” pelos chineses em 2010 foram minérios (40%), plantas oleaginosas (23%) e combustíveis minerais (13%). Juntos, eles respondem por 76% das exportações brasileiras para o país asiático.

De acordo com o Ipea, ao longo dos últimos 10 anos, para cada dólar que o Brasil conquista por meio das vendas para a China, US$ 0,87 centavos vêm de produtos primários e recursos naturais, US$ 0,07 de produtos de média intensidade tecnológica e apenas US$ 0,02 de itens de alta tecnologia.

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