terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Cosan e Shell criam empresa de US$ 12 bilhões no Brasil


A multinacional Shell e o gigante brasileiro de açúcar e etanol Cosan (CSAN3) anunciaram nesta segunda-feira a criação da Raízen, empresa que integrará as operações em etanol e distribuição de combustíveis das duas companhias no Brasil e que nasce com um valor de mercado de aproximadamente US$ 12 bilhões.

A nova empresa, que começa suas operações neste semestre, contará com cerca de 40 mil funcionários, uma rede de 4.500 postos de distribuição de combustíveis, capacidade para produzir 2,2 bilhões de litros anuais de etanol e vendas anuais de cerca de R$ 50 bilhões, anunciaram os executivos das duas companhias em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira.

A integração das operações da Shell e da Cosan havia sido anunciada há exatamente um ano, mas o nome da empresa resultante, seus ativos e sua estrutura foram apresentados apenas nesta segunda-feira.

A Raízen, que será a terceira distribuidora de combustíveis do Brasil, teve seu nome inspirado na união das palavras "raiz" e "energia", o principal produto de empresa, segundo explicou Vasco Dias, que presidia a Shell no Brasil e exercerá o mesmo cargo na nova companhia.

Segundo Dias, o objetivo da união é dobrar a capacidade de produção de etanol para até cinco bilhões de litros em 2015 e consolidar este combustível como uma nova matéria-prima internacional.

Para isso, a companhia terá que aumentar seu volume de cana moída das atuais 62 milhões de toneladas para 100 milhões de toneladas anuais em cinco anos.

Outras metas para 2015 são elevar a capacidade de geração de energia nas 24 usinas que a nova empresa operará de 900 para 1.300 megawatts, e a produção de açúcar refinado de quatro milhões para seis milhões de toneladas anuais.

A Shell, que permanecerá como marca nos postos de gasolina e assumirá os atuais postos da Esso, aproveitará sua infraestrutura mundial para distribuir etanol em diferentes países, principalmente asiáticos e europeus.

Segundo o presidente do conselho de administração da nova companhia, Rubens Ometto, a Raízen começará a operar sem problemas financeiros, visto que a Shell fará uma contribuição de perto de US$ 1,6 bilhão para reduzir a atual dívida da Cosan, que chega a cerca de US$ 2,5 bilhões, e acrescentou que a nova empresa já entrou em contato com agências de classificação de risco para preparar uma emissão de bônus.

Megaempresa

A Cosan é a maior processadora de cana-de-açúcar no mundo, com capacidade de moagem de 62 milhões de toneladas, e uma das maiores produtoras e exportadoras de açúcar e etanol, com 23 unidades produtoras, sendo 21 no Estado de São Paulo, uma em Goiás e uma no Mato Grosso do Sul, além de quatro refinarias de açúcar e dois terminais portuários.

Em 2008, a Cosan adquiriu os ativos de distribuição de combustíveis e lubrificantes da ExxonMobil no Brasil, agora denominados Cosan Combustíveis e Lubrificantes (CCL), quarto maior distribuidor de combustíveis no Brasil, tornando-se o único player de energia renovável totalmente integrado no mundo. Através da Rumo Logística, a Cosan atua na infraestrutura para o açúcar no Brasil. Utilizando uma estrutura moderna e diferenciada, a empresa integra os modais rodoviário e ferroviário para transportar o produto até os terminais portuários, localizados em Santos (São Paulo), onde é exportado. (Com Agência EFE)

Nenhum comentário:

Postar um comentário