terça-feira, 15 de junho de 2010

“BRASIL PODE SER OS EUA DO SÉCULO XXI”, DIZ ARMANDO GUEDES.


Na última semana, foi realizado no Rio de Janeiro, o Congresso Pré-Sal Brasil 2010, que contou com autoridades e especialistas do setor de petróleo e gás, entre eles o Secretário de Desenvolvimento do Espírito Santo, Márcio Félix, o presidente da Firjan e ex presidente da Petrobras, Armando Guedes Coelho, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim e o deputado Brizola Neto que também é presidente do Comitê de Estruturação da Petro-Sal. O objetivo do evento era debater sobre os principais assuntos do setor, entre eles, as novas descobertas e estimativas do potencial total das reservas do pré-sal e sobre o marco regulatório para a exploração daquela região.

O Secretário de Desenvolvimento do Espírito Santo, Márcio Félix, foi o primeiro a se apresentar no evento e falou sobre as expectativas e os investimentos no setor de óleo e gás que estão sendo realizados no Estado do Espírito Santo (ES). “O nosso estado produz atualmente cerca de 220 mil barris de petróleo por dia, essa quantidade é a mesma das regiões norte e nordeste do país. Com a exploração nos campos do pré-sal, nossa estimativa é que a nossa produção chegue aos 300 mil bdp já no fim deste ano”, afirmou. Segundo o secretário, há uma previsão de R$ 65 bilhões em investimentos no estado até 2014. No fim de sua palestra, o executivo falou ainda sobre a divisão dos royalties do petróleo, mas não quis ser muito firme em sua opinião. “Esperamos que a solução encontrada pelo Congresso seja benéfica para todos”, finalizou.

“Brasil tem tudo para se posicionar entre as maiores economias do mundo”

Logo em seguida, subiu ao palco Armando Guedes, que fez todo um panorama do setor, apresentando os benefícios e riscos que a descoberta do pré-sal pode trazer ao país. O presidente da Firjan não se mostrou cauteloso e foi bem enfático em seus comentários, ressaltando a nova posição do Brasil no setor petrolífero. “O pré-sal é um grande acontecimento que ocorreu para o nosso país. É muito pouco provável que este feito ocorra em outro lugar do mundo. Eu colocaria o Brasil entre o 4º e 5º país com maior reserva de petróleo no mundo”, ressaltou Guedes. A expectativa do ex-presidente da Petrobras é que até 2014 o Brasil passe dos 2 para os 4 milhões de barris produzidos em seus campos, ficando atrás apenas de Arábia Saudita e Rússia, e se equivalendo ao Irã.

No fim, Armando chamou os representantes de empresas estrangeiras a investirem e se instalarem no Brasil, mas lembrou que o empresariado precisa ter confiança nos projetos desenvolvidos a partir do pré-sal. “O pré-sal é um projeto estratégico de longa duração, que pode durar de 20 a 30 anos. Se esta riqueza for gerida de maneira correta, o Brasil tem tudo para se posicionar entre as maiores economias do mundo, podendo chegar a ser os Estados Unidos do século XXI”. O executivo lembrou ainda que os desafios para exploração e desenvolvimento desses campos irão aparecer. “O marco regulatório é preciso ser visto com cautela, pois é um assunto complexo, investimentos no desenvolvimento da cadeia de petróleo e a escassez da mão de obra são assuntos que precisam de cuidado.

Um assunto que não poderia deixar se ser citado durante o Congresso foi a explosão da plataforma DeepWater Horizon, da operadora British Petroleum (BP), no Golfo do México. Para o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, o vazamento de petróleo nos EUA pode gerar oportunidades para o setor no Brasil, em especial para o pré-sal. Tolmasquim explicou que por conta da suspensão de todas as operações na área, determinada pelo governo norte-americano, há no momento uma disponibilidade maior de sondas e equipamentos de exploração de petróleo no mercado. A outra oportunidade destacada pelo presidente da EPE diz respeito ao aumento do preço do petróleo em decorrência do acidente.

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