Termelétricas a óleo diesel e combustível assinaram aditivo de
contrato com a Petrobras Distribuidora que garante o abastecimento por 12
meses, num sinal de que essas usinas mais caras poderão ficar acionadas ao
longo de todo o ano.
O aditivo foi assinado na semana passada, segundo o presidente da
Associação Brasileira de Geração Flexível (Abragef), Marco Antonio Veloso, que
acrescentou que esses aditivos costumavam ser fechados com prazos menores no
passado.
"Os aditivos eram fechados com um prazo de até três meses.
Mas agora o aditivo celebrado na semana passada tem validade de 12 meses. Isso
aí é um indicativo de geração de energia por essas termelétricas nos próximos
12 meses", disse Veloso à Reuters.
A Petrobras Distribuidora confirmou, por meio da assessoria de
imprensa, a renovação dos contratos de fornecimento às térmicas a óleo diesel e
combustível até 31 de janeiro de 2015. Porém, segundo a empresa, o aumento do
prazo visa apenas dar uma garantia mais tranquila de suprimento às usinas.
Segundo o presidente da Abragef, a garantia de fornecimento por um
prazo maior era uma solicitação dos geradores térmicos flexíveis, como forma
de, por exemplo, dar garantias para conseguir fechar financiamentos de longo
prazo.
As termelétricas têm gerado energia fortemente na base do sistema
elétrico brasileiro desde outubro de 2012, diante do nível baixo dos
reservatórios das hidrelétricas.
As térmicas a gás natural praticamente não pararam de gerar
energia desde 2012, enquanto que as mais caras --a óleo diesel e combustível--
tiveram alguma redução de despacho em alguns momentos.
A geração a óleo diesel e combustível representa cerca de 2.500 MW
médios do total de 15 mil MW médios de térmicas atualmente indicados para o
despacho, de acordo com o presidente da Abragef.
A assinatura dos contratos para suprimento de combustível ocorreu
na mesma semana em que foi anunciado que o preço de energia de curto prazo
bateu recorde, a 822,83 reais por megawatt-hora (MWh), e quando aumentaram as
preocupações em relação à situação dos reservatórios das hidrelétricas do
Sudeste.
Os reservatórios do Sudeste, principal região para abastecimento
do país, estão em um dos piores níveis para a década após a falta de chuvas em
janeiro, mês tradicionalmente úmido em que as reservas de água deveriam
aumentar.
Na sexta-feira passada, o Operador Nacional do Sistema Elétrico
(ONS) divulgou que as perspectivas de chuva continuam escassas para o Sudeste e
o sistema indicou maior acionamento termelétrico, incluindo de usinas a óleo
diesel e combustível.
No fim de dezembro, a Petrobras reajustou em 15 por cento o preço
do óleo combustível produzido em suas refinarias e comercializado no mercado
brasileiro.